10 passos antes de te pores a andar #3

Este é o post #3 na série “10 passos antes de te pores a andar”, onde partilhamos os 10 passos mais importantes que demos para começar a nossa longa viagem, e aqueles que consideramos essenciais para alguém que deseje uma vida de (mais) viagens.
Passos até agora:
#1 – Sim, é possível.
#2 – Um plano, qualquer que seja.
#3 – Ok, estou cá! ..E agora?
Isto é, da mesma forma que alguns lugares se dão a certos tipos de actividades, também algumas experiências só podem ser tidas em determinados sítios.
Afinal, se o Sr. X quer mesmo mesmo ir viver para a Noruega, parece-nos certo que festas na praia e cursos de mergulho não deverão ser a sua prioridade, com certeza.
Da mesma forma, se o Sr. Y está interessado em aprender a fazer guitarras ou a arte da pesca do atum, dá ideia que os seus possíveis destinos também vão ficar relativamente limitados…
Enquanto liam um dos nossos artigos recentes — aquele onde falamos sobre a importância de fazer um plano de viagem e de perceber que tipo de coisas cada um deve levar em conta quanto toma essa pequenita decisão que é “em que parte do mundo vou eu andar/viver pelas próximas x semanas/meses/anos?” — se calhar houve quem tenha pensado “epá, andem lá com isso para a frente! Eu já sei bem onde quero ir, e o que lá quero fazer!”

Mas se forem nem que seja um pouco como nós, existe a possibilidade de que:
- primeiro, aquilo que “querem fazer” esteja um pouco fosco
- sigundo, o sítio onde querem viver por um bom bocado seja algo para o lado do inacessível, seja por um elevado custo de vida ou por outro tipo de dificuldades que se apresentem (dificuldades do tipo o idioma do país ter 3 alfabetos diferentes ou as normas sociais do mesmo serem mais intrincadas que uma versão David Lynch do Inception)
- terceiro, tenham curiosidade de conhecer um pouco tudo quanto é lado, o que torna a decisão do destino uma coisa mais prática do que algo 100% emocional, e daí a utilidade dos factores discutidos no outro artigo
Assim, quer tenham um país favorito onde pretendam estar meses a fio, quer tenham alguns critérios que simplesmente vos apontem na direcção de uma zona do globo, parece que a questão do “Onde” está mais ou menos resolvida. O que significa que está na hora de ir ao “O quê”.
Mas digamos que coisas a fazer no mundo há muitas..
Vão-se querer focar em descobrir mais sobre a religião, a cultura ou o dia-a-dia dos locais, e talvez fazer uma “vida normal” longe de casa?
Ou têm interesse em experimentar um retiro espiritual, participar em festivais, ou fazer voluntariado?
E que tal ajudar num santuário de elefantes ou trabalhar umas semanas numa quinta de agricultura biológica?
Acham que nesta nova fase da vossa vida vão querer aprender, ou vão estar mais numa de ensinar?

As opções são imensas, e dependem apenas do país, região ou cidade que escolherem.
O importante é manter a mente aberta e atirarem-se de cabeça, sempre mantendo uma atitude respeitosa.
- em Penang, Malásia, passámos uma semana num templo Hare Krishna, a aprender com os praticantes sobre os seus rituais e crenças, além de comermos comida vegetariana que não vos passa pela cabeça de tão boa
- nas Perhentian Islands, um par de ilhas paradisíacas também na Malásia, servimos à mesa num resort cheio de pessoal local muito fixe e, além de termos nadado com tubarões, tartarugas e moreias, dávamos de caras com lagartos-monitor no caminho para o nosso bungalow, onde os macacos quase nos entravam pela varanda adentro
- em Hualien, Taiwan, pegámos numa scooter e explorámos o Taroko Gorge, um desfiladeiro gigantesco com algumas das paisagens naturais mais brutais que alguma vez vimos
- em Chiang Mai, Tailândia, a Mariana fez um workshop onde aprendeu a pintar miniaturas de máscaras Khon, que são usadas em peças dramáticas coreografadas, uma arte clássica na Tailândia
Tudo isto — juntamente com os novos amigos que fizemos e que nos mostraram orgulhosamente parte da sua cultura e dos seus países (e da sua comida!) — preencheu as nossas vidas durante uma série de meses indescritíveis (que nós tentamos, ainda assim, descrever neste blog) que com certeza nunca iremos esquecer.
E não pretendemos parar por aqui.

Se se estão a perguntar sobre a forma conseguimos ter acesso a todas estas experiências tão diversas e por tantos países diferentes, sugerimos que leiam este nosso artigo onde falamos de work exchange, e em particular sobre o enorme projecto que é o Workaway.info.
Não querendo estragar a surpresa, mas muito por alto passa por trabalhar algumas horas por dia em troca de estadia e alimentação, e existe um pouco por todo o mundo.
As possibilidades são infinitas e muitas das oportunidades, inspiradoras. Ora vejamos, este projecto tem a ver com alpacas e amoras (ou mirtilos, ou que é). Se isso não chega para vos deixar inspirados, não sabemos o que é que há de errado convosco.
Quer dizer.. olhem para elas. São tão fofinhas!
Além disso, amoras e mirtilos! Que raio de pessoa sem coração é que não aprecia frutos do bosque?
Mas continuando..
Para nós, o work exchange permitiu-nos viajar por pouco mais de um ano (para já), tempo durante o qual conseguimos manter um orçamento controlado (cerca de 300€/mês cada, entre Sudeste Asiático e Taiwan), e levando a experiência de viver na estrada a novos patamares.

Se este tipo de experiência não vos soa a algo que gostassem de fazer, deixem-nos dar-vos mais alguns exemplos de projectos que podem fazer no estrangeiro, com os quais nos cruzámos, através das pessoas que conhecemos durante a viagem:
- fazer algum tipo de curso, curto ou longo. Conhecemos uma rapariga australiana que estava a fazer um curso de mestre de cerimónias em casamentos, em Taiwan, e viajantes no Sudeste Asiático fartam-se de fazer cursos de mergulho, já que tendem a ter óptimos preços
- aprender uma nova língua! É tão mais fácil aprender uma língua nova quando se está mergulhado na cultura do país, rodeado de sinais e outros meios de escrita, além de nativos a falarem-na por todo o lado, a toda a hora. Conhecemos uma rapariga sul-coreana e um rapaz mexicano que estavam ambos a aprender Mandarim durante alguns meses, também em Taiwan
- uma rapariga brasileira que conhecemos em Chiang Mai tinha voltado há pouco tempo de Bangkok, onde teve a sorte (e o engenho) de participar num estágio num dos melhores restaurantes do mundo!
- uma outra rapariga sul-coreana que conhecemos ia para a Índia aprender hot yoga durante um mês
- um casal dos Estados Unidos com quem ensinámos inglês em Ho Chi Minh City passou um mês num projecto de conservação marinha, na Tailândia, onde ajudaram a avaliar as condições de recifes de coral
Como podem ver, o mundo é mesmo um lugar enorme, tanto em tamanho como na diversidade de coisas que nunca antes pensaram fazer.
Mas como já referimos, sejam quais forem as vossas preferências, acima de tudo achamos que — neste passo #3 — o importante é manter os horizontes abertos. Por isso, procurem algo que vos faça sentir completos e com vontade de seguir em frente, sem arrependimentos.
Se isso acontecer, cá para nós é porque estão no bom caminho. Por isso toca a continuar.
Caso precisem de alguma coisa, dêem-nos um toque. De qualquer forma, estaremos a puxar por vocês!

E assim de repente, já demos 3 passos em 10!
Venham os próximos 7! ?
No próximo passo, vamos falar de dinheiro.
De como o poupar para a viagem, e de como o poupar durante a viagem. Ou até mesmo fazer algum, se possível, para que a viagem possa durar mais (é que a coisa a certa altura fica um bocadinho viciante, dá ideia..).
Mas além de dinheiro, vamos também falar de outras coisas igualmente importantes de ter, como prioridades, força de vontade e autocontrolo. Porque todas estas coisas vos vão ser úteis. Críticas, até.

Sobre nós

Um dia, a Mariana e o Miguel foram viajar e esqueceram-se de voltar.
Melhor. Esquecimento. De sempre.
(Leiam mais sobre nós)
Gostam? Façam Pin!

Créditos
Fonts used are Creative Queen and Brother Typeface.
Graphics used are brush from VectorHero and icons from Holidays 728 Line Icons Bundle.
Atenção
Alguns dos links no nosso site são de afiliados. Podemos receber compensação se fizerem uma compra após o clique. Sem quaisquer custos adicionais, claro.
Muito bem! Bonito mesmo!!