10 passos antes de te pores a andar #4

Nestes nossos “10 passos antes de te pores a andar”, começámos por vos dizer que não se enganem porque “Sim, é possível” viver uma vida de viagem, e de seguida aconselhámos-vos a pensar um pouco e a fazer alguma espécie de plano quando quiserem fazer uma viagem “diferente” (embora às vezes faça sentido ter um “não-plano”), para chegarmos depois ao terceiro passo (Prestige!), onde descrevemos algumas das coisas ligeiramente menos convencionais que fizemos na nossa primeira grande viagem, dando ainda exemplos de várias outras que poderão fazer durante a vossa própria aventura.
#4 – Esta viagem não é (só) para ricos
Pois neste próximo passo, o número 4, pretendemos falar-vos de algo que muitas pessoas vêem habitualmente como o principal muro entre elas e a vida de sonho que gostariam muito de ter.
E estamos a falar do dinheiro. Ou antes, a falta dele.
E estamos a falar do dinheiro. Ou antes, a falta dele.
Vamos lá falar de dinheiro então
Estando relacionado com as finanças pessoais de cada um, este tende a ser um assunto sensível, e que portanto nem sempre é discutido tão abertamente como outros. Por exemplo, é comparativamente mais fácil para amigos nossos perguntarem-nos sobre o quão seguro nos sentimos a viver algumas semanas numa montanha do outro lado do mundo com alguém que não conhecemos, ou sobre o quão difícil é abdicarmos da nossa privacidade por termos que partilhar quarto aqui ou ali.
Nós percebemos que assim seja, e essa razão até torna ainda mais relevante escrever um post sobre esta questão.
É que, como tanto outro conteúdo que publicamos no Hey! What’s the way?, gostamos de achar que estamos a criar uma nova oportunidade para quem está a ler poder questionar-se a si próprio e a algumas convicções que vai tendo, e poder realmente ponderar a hipótese de partir numa viagem que sempre considerou impossível ou pelo menos distante das suas possibilidades, por esta ou por aquela razão.
É que, como tanto outro conteúdo que publicamos no Hey! What’s the way?, gostamos de achar que estamos a criar uma nova oportunidade para quem está a ler poder questionar-se a si próprio e a algumas convicções que vai tendo, e poder realmente ponderar a hipótese de partir numa viagem que sempre considerou impossível ou pelo menos distante das suas possibilidades, por esta ou por aquela razão.
Por isso, mais que apontar algumas formas que sabemos permitirem “esticar” a duração da vossa viagem (seja reduzindo os gastos, seja fazendo entrar algum), queremos também partilhar o que é a nossa perspectiva sobre o tema “dinheiro”.

Objectivos, prioridades e coisas que sucedem
E a nossa perspectiva pode-se resumir assim —> Se tens um grande objectivo, maior que todos os outros, então ele também tem que ser a tua maior prioridade em tudo o que fazes.
Para o conseguir fazer adequadamente, é preciso fazer algumas perguntas muito sérias:
1ª Pergunta muito séria: Gostam de viajar?
2ª Pergunta muito séria: Querem MESMO viajar mais?
3ª Pergunta muito séria: O que é que estão dispostos a sacrificar por esse objectivo?
2ª Pergunta muito séria: Querem MESMO viajar mais?
3ª Pergunta muito séria: O que é que estão dispostos a sacrificar por esse objectivo?
Se as respostas forem “sim”, “SIM!” e “tudo na vida menos o meu boneco articulado do Vegeta pintado em verniz, versão coleccionador, ainda na caixa” — ou algo nessa linha — então parece que podemos assumir que viajar é de facto a maior prioridade na vossa vida, e assim passar à próxima fase.
(Já agora, se coleccionar versões em verniz de bonecos articulados do Dragon Ball é uma das vossas prioridades na vida… MUITO FIXE!!)
E se estão a pensar “ya, claro… agora é só querer muito e as coisas sucedem”, na verdade é exactamente isso que estamos a dizer, sim. Quer dizer, pelo menos é por onde as coisas começam a suceder.
A parte mais importante aqui e que por vezes tende a escapar, é que é essencial perceber que o “querer muito uma coisa” implica querer menos outras coisas. E se realmente um dia vierem a levar o vosso plano para a frente e passarem semanas ou meses longe de casa, irão perceber que gastar menos aqui e ali será dos sacrifícios mais fáceis que vos esperam.
A parte mais importante aqui e que por vezes tende a escapar, é que é essencial perceber que o “querer muito uma coisa” implica querer menos outras coisas. E se realmente um dia vierem a levar o vosso plano para a frente e passarem semanas ou meses longe de casa, irão perceber que gastar menos aqui e ali será dos sacrifícios mais fáceis que vos esperam.

Mas estou a sacrificar-me para quê?
Um truque bastante simples que podem usar aqui é pensar no que poderão estar a ganhar para a vossa vida futura, sempre que se sentem a sacrificar algo de que também gostam.
Por exemplo:
- se estão a sacrificar um maço de tabaco por dia (já agora, parabéns!), pensem como apenas numa semana terão poupado o suficiente para pagar deliciosas e económicas refeições num restaurante do norte da Tailândia durante duas semanas, ao almoço e ao jantar;
- se estão a sacrificar 10 cervejas por semana, lembrem-se como semanalmente pouparam o suficiente para beber 40 cervejas no Vietname;
- se estão a sacrificar almoçar fora um dia por semana em Lisboa, notem que cada uma dessas refeições vos estaria provavelmente a custar o mesmo que atravessar a Malásia Peninsular norte a sul de comboio.
Para tornar as vossas dolorosas poupanças um pouco mais fáceis, recomendamos que façam o controlo dos custos diariamente numa app como a MoneyWiz. Melhor ainda, façam questão de parar 30 segundos depois de cada gasto para o anotarem na app, e ao final do dia comparem com o dia anterior (e também semana a semana), para irem competindo convosco próprios e ver até onde podem levar a vossa poupança.
E para que os frutos do vosso sacrifício se tornem mais facilmente perceptíveis, podem sempre recorrer ao Numbeo, o site que agrega uma base de dados com os preços médios praticados em vários lugares do mundo.
E para que os frutos do vosso sacrifício se tornem mais facilmente perceptíveis, podem sempre recorrer ao Numbeo, o site que agrega uma base de dados com os preços médios praticados em vários lugares do mundo.
E já agora, saibam que para nós o MoneyWiz foi das maiores ajudas para que conseguíssemos manter o nosso orçamento controlado também durante a viagem. Vejam a habituação ao uso regular de uma app de finanças pessoais, ainda antes de sairem de casa, como um teste à vossa disciplina, mas também como já parte de uma preparação a sério para a vossa vida na estrada!
Podem encontrar estes e outros sites e apps muito úteis na nossa página de Ferramentas para Viajar.
Podem encontrar estes e outros sites e apps muito úteis na nossa página de Ferramentas para Viajar.

Mas como não vos queremos deixar “só” com a dica seca do “Queres mesmo ir de viagem? Olha, poupa dinheiro!”, fiquem mais um pouco e saibam que outras recomendações temos para vocês, incluindo algumas actividades sobre as quais podem basear as vossas viagens, para que os tais sacrifícios possam ser mais contidos. Ou mesmo trabalho que possam fazer pelo caminho para que vão alimentando financeiramente o vosso novo e cobiçado estilo de vida.
Tempo = flexibilidade e alguma ajuda = beeem menos gastos
Procurar as melhores formas de sustentar uma longa viagem é sempre desafiante, também pelo facto de ser um aspecto que tende a ser incompreendido. Não é raro ouvir ou ler opiniões de quem pensa ser necessária uma quantia considerável de dinheiro para que se possa viajar continuamente por alguns meses. E honestamente, era essa a nossa perspectiva também, pelo menos até Janeiro de 2016, antes de começarmos a nossa maior viagem (até agora).
Mas a realidade é que existem actualmente diversas formas de viver, viajar e trabalhar que permitem esse movimento constante pelo mundo, sem que seja necessário ter acesso a uma herança ou a poupanças infindáveis.
Mas a realidade é que existem actualmente diversas formas de viver, viajar e trabalhar que permitem esse movimento constante pelo mundo, sem que seja necessário ter acesso a uma herança ou a poupanças infindáveis.
Em vez de dinheiro, é preciso pensar em termos de tempo.
Isto porque mais do que ter muito dinheiro para gastar em viagens, trata-se de perceber que quanto mais estamos dispostos a investir o nosso tempo em viajar, maior flexibilidade teremos para encontrar melhores oportunidades e formas mais sustentáveis de continuar a vida de viagem que escolhemos.
Isto porque mais do que ter muito dinheiro para gastar em viagens, trata-se de perceber que quanto mais estamos dispostos a investir o nosso tempo em viajar, maior flexibilidade teremos para encontrar melhores oportunidades e formas mais sustentáveis de continuar a vida de viagem que escolhemos.
Isto porque, para nós, esta opção um pouco menos convencional — tal como são o WWOOFing ou o Housesitting — foi aquela que maior impacto teve nas nossas viagens (podem ler mais sobre isto no nosso post sobre o Workaway).
É verdade que estas alternativas não asseguram (na maior parte das vezes) uma remuneração monetária, mas oferecem outros tipos de enriquecimento pessoal que, na nossa perspectiva, levam a experiência de viajar a outros patamares, já que permitem integrar comunidades locais num país estrangeiro. E isto é algo onde estas soluções se podem mostrar bem mais valiosas que encontrar um simples trabalho lá fora.
Além disso, são soluções que, ao reduzirem consideravelmente os custos básicos (estadia e, por vezes, alimentação), permitem fazer sérias poupanças durante a viagem.
É verdade que estas alternativas não asseguram (na maior parte das vezes) uma remuneração monetária, mas oferecem outros tipos de enriquecimento pessoal que, na nossa perspectiva, levam a experiência de viajar a outros patamares, já que permitem integrar comunidades locais num país estrangeiro. E isto é algo onde estas soluções se podem mostrar bem mais valiosas que encontrar um simples trabalho lá fora.
Além disso, são soluções que, ao reduzirem consideravelmente os custos básicos (estadia e, por vezes, alimentação), permitem fazer sérias poupanças durante a viagem.

Mas se acham que “simplesmente” reduzir a quase nada os vossos gastos diários não chega, ou se o vosso objectivo passa por conseguir adoptar um estilo de vida mais duradouro numa outra região do mundo, então há hoje variadas possibilidades de trabalho “amigo do viajante” que podem considerar.
Trabalhar sem parar? Yes, please!
Os exemplos mais óbvios serão o trabalho remoto ou o freelancing, alternativas onde as oportunidades têm crescido mais que nunca nas últimas duas décadas.
É verdade que quem tem um background em design gráfico, programação ou marketing digital vê aqui muitas mais portas serem-lhe abertas, mas isso não é razão para desanimar quem tem experiência noutras áreas profissionais. Sites como o upwork e o freelancer (ou até um fiverr) oferecem oportunidades reais para fazer algum dinheiro online através de projectos relacionados com áreas tão diversas como escrita, processamento de dados, contabilidade, tradução ou gravação de áudio. Antes de se atirarem de cabeça para dentro da toca do coelho, vale a pena testar as águas. Procurem grupos de Facebook como o Digital Nomad Jobs e tentem perceber se algo lá vos desperta a curiosidade.
É verdade que quem tem um background em design gráfico, programação ou marketing digital vê aqui muitas mais portas serem-lhe abertas, mas isso não é razão para desanimar quem tem experiência noutras áreas profissionais. Sites como o upwork e o freelancer (ou até um fiverr) oferecem oportunidades reais para fazer algum dinheiro online através de projectos relacionados com áreas tão diversas como escrita, processamento de dados, contabilidade, tradução ou gravação de áudio. Antes de se atirarem de cabeça para dentro da toca do coelho, vale a pena testar as águas. Procurem grupos de Facebook como o Digital Nomad Jobs e tentem perceber se algo lá vos desperta a curiosidade.
Instrutores de mergulho, apanhadores de fruta, e mais!
Para quem prefere trabalhar “offline” e ter um contacto cara-a-cara com os seus clientes, as opções existentes dependerão da região do globo em que se encontrarem, mas há restaurantes, hostels e bares em todo o mundo, e não é raro encontrar australianos a trabalhar como instrutores de snowboard no Japão ou franceses como instrutores de mergulho na Tailândia, por isso a melhor ideia mesmo é manter os horizontes em aberto.
Sites como o SeasonWorkers poderão ajudar, e também aqui vale a pena vasculhar grupos de Facebook regionais e nacionais relacionados com trabalho sazonal.
Sites como o SeasonWorkers poderão ajudar, e também aqui vale a pena vasculhar grupos de Facebook regionais e nacionais relacionados com trabalho sazonal.

Para aqueles que possuam um muito bom domínio do inglês, ensinar a língua é sempre uma forte hipótese em vários locais. Alguns países com critérios mais exigentes podem dar prioridade a falantes nativos, mas haverá sempre portas abertas àqueles que forem mais persistentes e apresentarem os melhores argumentos.
Neste caso em particular, existem programas de treino e de certificação TEFL (“Teaching English as a Foreign Language”) que aumentam muito a probabilidade de poderem ser aceites numa escola de inglês algures pelo mundo (hoje em dia há imeeensas oportunidades em países como o Vietname, Taiwan e a China). O site TEFL permite encontrar oportunidades de aprendizagem e treino para certificações, bem como de empregos pelo mundo.
Ficarão ainda surpreendidos (ou não) por saber que também no mundo dos professores de inglês há grupos de Facebook (como este e aquele) muito úteis para encontrar possíveis vagas em qualquer lugar.
Neste caso em particular, existem programas de treino e de certificação TEFL (“Teaching English as a Foreign Language”) que aumentam muito a probabilidade de poderem ser aceites numa escola de inglês algures pelo mundo (hoje em dia há imeeensas oportunidades em países como o Vietname, Taiwan e a China). O site TEFL permite encontrar oportunidades de aprendizagem e treino para certificações, bem como de empregos pelo mundo.
Ficarão ainda surpreendidos (ou não) por saber que também no mundo dos professores de inglês há grupos de Facebook (como este e aquele) muito úteis para encontrar possíveis vagas em qualquer lugar.
O mundo é a vossa ostra ..ou algo do género
Mas no final de contas, quer escolham trabalhar pelo caminho para irem alimentando tanto quanto possível um estilo de vida na estrada, quer decidam por actividades como voluntariado ou housesitting para viverem sem ter que gastar grande coisa e poderem enriquecer em boas memórias para trazerem na mochila, o mais importante é que não se esqueçam de que estas são hipóteses reais que poderão fazer parte do vosso futuro não muito distante.
Se sabem lá no fundo que viajar pelo mundo sem aquele limite de tempo maroto é algo que querem mesmo para as vossas vidas, então nunca deixem que o dinheiro seja uma razão para não o fazerem.
Se sabem lá no fundo que viajar pelo mundo sem aquele limite de tempo maroto é algo que querem mesmo para as vossas vidas, então nunca deixem que o dinheiro seja uma razão para não o fazerem.
Se quiserem mais uma mostra de como é possível viajar durante meses sem gastar rios de dinheiro, dêem uma vista de olhos à nossa página Despesas de Viagem, onde fazemos um levantamento dos nossos gastos em viagem, distribuídos por mês, país e categoria de gastos.
Para já, inclui “apenas” a nossa longa viagem de 13 meses pelo Sudeste Asiático, Taiwan, Macau e Hong Kong, mas já é bastante, e vai dando uma ideia do quanto precisariam gastar mensalmente. Isto se decidirem ir para algum destes países e em moldes minimamente semelhantes aos nossos, claro.
Para já, inclui “apenas” a nossa longa viagem de 13 meses pelo Sudeste Asiático, Taiwan, Macau e Hong Kong, mas já é bastante, e vai dando uma ideia do quanto precisariam gastar mensalmente. Isto se decidirem ir para algum destes países e em moldes minimamente semelhantes aos nossos, claro.
No próximo passo, iremos olhar para algo mais importante que dinheiro: a vossa saúdinha.
Vamos debruçar-nos sobre questões como consultas do viajante, vacinação, medicamentos e outras coisas que até podem ser dolorosas no momento (tipo, vocês sabem que vacinas são picas, né?), mas que deixam de ser preocupações e logo aí dá para ver que compensam claramente no futuro.
Vamos debruçar-nos sobre questões como consultas do viajante, vacinação, medicamentos e outras coisas que até podem ser dolorosas no momento (tipo, vocês sabem que vacinas são picas, né?), mas que deixam de ser preocupações e logo aí dá para ver que compensam claramente no futuro.

Sobre nós

Um dia, a Mariana e o Miguel foram viajar e esqueceram-se de voltar.
Melhor. Esquecimento. De sempre.
(Leiam mais sobre nós)
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Créditos
Used Ponderous font and Charcoal Brushes.
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