
Durante anos, sonhámos em visitar o Japão.
Então, num belo dia de 2012, sem aviso, um amigo da Mariana falou-nos de um erro num preço de bilhetes no site da Alitalia, de Roma para Tóquio. E 380€ + 2 escalas depois, lá estávamos nós.
E no ano seguinte, a Air France decidiu mostrar à Mariana um anúncio no Facebook com uma promoção de 500€ de Paris para Osaka, e lá fomos nós outra vez.
Claro, ainda sonhamos em lá voltar novamente, mas não há vez como as primeiras duas vezes, não é?
E embora Tóquio continue a ser a nossa cidade #1 no Japão, há sem dúvida algo muito especial em Quioto.
01
02
03
04
Nos santuários Shinto ⛩, é habitual ver visitantes a receber uma tira de papel (ou “O-mikuji”) com uma previsão do seu destino lá escrita, em troca de uma pequena oferenda ou doação. Mas perto do Monte Kurama (a norte de Quioto), encontrámos o santuário de Kifune, que tem uma O-mikuji bastante única, já que a nossa sorte só é revelada quando mergulhamos o papel em água ? tão fixe!
05
Sim, os bilhetes de autocarro em Quioto dão-nos pequenas lições de boas maneiras. Talvez isto fosse de esperar do gentil e educado Japão, mas não deixa de surpreender. お年寄りや体の不自由な方に席をゆずってあげましょう = “Vamos lá disponibilizar os nossos lugares aos mais velhos e aos incapacitados”.
06
Pela altura em que a capital japonesa foi transferida para Tóquio em 1868, Quioto já tinha beneficiado desse estatuto (servia como capital e residência do Imperador) durante mais de mil anos (desde o ano 794!). Daí o cognome de “capital milenar” do Japão. E embora a cidade tenha visto muita guerra e fogo durante a sua existência, felizmente escapou aos bombardeamentos da II Grande Guerra.
07
Foi em Quioto que encontrámos pela primeira vez um dos snacks japoneses mais populares — takoyaki (ou たこ焼き). Estas bolinhas são feitas com massa à base de farinha de trigo e lá dentro têm pequenos bocadinhos de polvo, sendo que depois são salpicadas com gengibre em pickle, cebolinho (ou o que quer que seja o nome de “scallions” em português) e lascas de atum-bonito. Todo o processo de as fazer é muito fixe de assistir.
08
Reparámos nesta estátua enquanto passeávamos junto ao rio Kamogawa, e por alguma razão assumimos que a figura deveria ter sido uma mulher samurai. Na verdade trata-se da Izumo No Okuni, uma mulher que é vista como tendo sido a criadora do Kabuki, um drama dançado clássico japonês com uma tendência para o bizarro.
09
Encontrámos esta imponente árvore “Enoki” (“árvore de urtiga”?) junto ao rio Katsuragawa, e achámos particularmente curiosa a pequena placa que a acompanha. Nela, está escrito o nome do tipo de árvore que estávamos a observar, além desta pequena descrição: 区民の誇りの木, ou “esta árvore é o orgulho dos cidadãos [de Quioto]”, o que parece uma coisa muito japonesa de se fazer.
10
Algo muito comum de se encontrar nas montras de restaurantes por todo o Japão, estas amostras de comida (食品サンプル or “shokunin sampuru”) tornam mais fácil aos clientes fazerem o seu pedido, sabendo exactamente o aspecto daquilo que irão comer. O ofício de quem cria estas imitações de comida é por vezes considerado uma arte, e é fácil perceber porquê.
11
Tanto o Budismo como o Shintoísmo (fé nativa do Japão) têm uma imensa influência no país e nas suas pessoas. E embora habitualmente a fé animista do Shintoísmo seja ligada à vida e à natureza, enquanto os rituais Budistas respeitem mais à morte e ao além, por vezes pode ser desafiante dizer onde é que um começa e o outro acaba. Não que a distinção seja assim tão importante…
12
Se visitarem Quioto com esperanças de vislumbrarem uma Geisha (na verdade, “Geiko” é o termo mais utilizado no Japão ocidental, Quioto incluída), então a vossa melhor aposta seria o bairro de Gion. Tentem só não ser o estrangeiro maluco armado em paparazzo.. ? Dizem as probabilidades que mais facilmente irão dar com uma jovem Maiko (aprendiz de Geiko), mas a maior parte das pessoas não daria pela diferença.
13
Conchas deste género são habitualmente encontradas em sítios chamados “temizuya”, pequenos pavilhões presentes perto de santuários Shinto, onde os visitantes podem fazer a chamada “temizu”. Esta é uma espécie de ablução, um ritual onde se utiliza água para purificar corpo e mente antes de se apresentar diante de a uma divindade ? ?
14
O Tenryū-ji é um templo Budista em Arashiyama sobre o qual sabíamos muito pouco antes de o visitarmos. Acabou por nos deixar maravilhados, especialmente pelo incrível jardim e o enorme lago de carpas, na parte de trás. O ambiente único e tranquilo que experienciámos neste lugar só se tornou ainda mais especial pela chuva que começou a cair durante a nossa visita.
15
E já que estamos a falar de sítios com atmosferas brutais, não seria nada fácil bater o bosque de bambu também em Arashiyama (bem perto do Tenryū-ji, na verdade). E isto é ainda mais verdade de manhãzinha ou em épocas baixas de turismo, ou seja, fora do Outono e da Primavera das cerejeiras em flor, alturas em que todos os maravilhosos recantos de Quioto ficam seriamente a abarrotar.
16
A uma pequena viagem de comboio de distância do centro, rumo a sudeste, encontra-se o Fushimi Inari Taisha, um dos sítios mais pitorescos e reconhecíveis do Mundo, com os seus milhares de “torii” (pórticos) cor-de-laranja. Aqui, é possível andar durante horas pelas colinas e desfrutar de óptimas vistas sobre Quioto. Inari é adorado como o deus do arroz e também dos negócios, e é por isso que tantos “torii” são doados por comerciantes de todo o Japão.
17
É bastante seguro assumir que perto de uns 99% dos visitantes a Quioto irão chegar (ou sair) através da gigantesca e futurista Kyoto Station. Até um pouco futurista demais na nossa opinião, para um lugar tão profundamente histórico e tradicional como Quioto, mas impressionante ainda assim. E sendo uma estação de comboios japonesa, podem esperar encontrar ali department stores, centros comerciais, restaurantes, um hotel e até um museu.
18
O “Templo da Água Pura” (ou Kiyomizu Dera) é um dos edifícios mais impressionantes em Quioto. Além de ter sido fundado em 778 e de conter uma cascata, o templo inclui ainda uma varanda toda em madeira (cuja construção foi feita sem um único prego) com uma altura de 13 metros. Durante a época de Edo (1603-1868), pessoas saltavam desta varanda de modo a verem os seus desejos realizados. Compreensivelmente, saltar foi entretanto tornado ilegal.
19
A gozar um dia solarengo no templo, à moda japonesa ?. Em Quioto, não é raro deparar com pessoas em kimono, ora visitando templos e santuários, ora apenas percorrendo as ruas, cuidando das suas vidas. Na verdade, foi criada uma iniciativa com o objectivo de aumentar o número de pessoas na cidade que vestem kimono. Chama-se Kyoto Kimono Passport e dá direito a descontos em templos, museus ou restaurantes para pessoas que vistam kimono, sejam locais ou visitantes.
20
Nós já sabíamos de antemão que as portas dos passageiros se abrem automaticamente, mas durante a nossa visita descobrimos que os taxis (タクシー, ou ”takushi”) em Quioto costumam ter pequenas luzes/sinais muito fixes no tejadilho. Estas brilhantes peças de arte ambulantes são do mais facilmente reconhecível que irão encontrar, e não vivem apenas na antiga capital, já que entretanto também já vimos provas da sua existência em abundância numa outra certa cidade..
The End

Sobre nós

Um dia, a Mariana e o Miguel foram viajar e esqueceram-se de voltar.
Melhor. Esquecimento. De sempre.
(Leiam mais sobre nós)
Gostam? Façam Pin!

Só tenho um comentário: Quioto é linda!!! ou será da perícia dos autores?
Ahah 😀 Obrigado!
Mas se de facto tivemos perícia foi a de mostrar como ela realmente é.
E sim, é linda.